A Inglaterra da transição – Premissas de um processo

Batalha de Castillon. Nesta pintura, datada de 1839, Charles-Philippe Larivière retrata
a morte do comandante inglês John Talbot durante o conflito que foi considerado o marco do fim da Guerra dos Cem Anos.
Neste embate, em julho de 1453, os franceses derrotaram os ingleses.
Fonte: Wikimedia Commons. Acesso em: 31/01/2021.

Apresenta-se um resumo dos elementos significativos da conjuntura política inglesa nos séculos XIV e XV, considerando os cenários da Guerra dos Cem anos e da Guerra das Duas Rosas.

A Inglaterra no contexto da Guerra dos Cem anos e da Guerra das Duas Rosas

Não se compreende a colonização inglesa na América do Norte e suas especificidades sem o conhecimento da História inglesa do período da transição.

Nos séculos XIV e XV, a Inglaterra enfrentava a França na Guerra dos Cem Anos (1337-1453), o mais longo conflito da História.

Para a Inglaterra e a França, o conflito representou a passagem da descentralização feudal para a centralização monárquica.

No que se refere às mentalidades, a Guerra dos Cem Anos levou os ingleses a refletirem sobre a sua identidade.

Somando-se a isso, as questões sociais e econômicas decorrentes deste longo conflito levaram a Inglaterra a dar início a uma violenta guerra civil. Somente dois anos após o término da Guerra dos Cem Anos, a ilha é envolvida pela Guerra das Duas Rosas (1455-1485). As Casas de York e Lancaster disputaram, em inúmeras batalhas sangrentas e devastadoras, o trono inglês.

Além de estimular uma relativa unidade – “esplêndido isolamento inglês” -, estas guerras suscitaram, entre os ingleses, o desejo de construir um poder centralizado e pacificador.