A Espanha da transição – A ordenação hispânica pelos Reis Católicos

Escudo dos Reis Católicos, cunhado em um excelente de ouro, em Sevilha, por volta de 1497 e 1504.
Excelente é o nome dado às moedas espanholas, cunhadas em ouro, no século XV, pelos monarcas católicos. Fonte: Wikimedia Commons.
Acesso em 22/01/2021.

Esta sequência de quadros apresenta aspectos relevantes da conjuntura política, econômica e social dos reinos cristãos hispânicos antes da unificação.

Das Espanhas à Espanha: da fragmentação à busca pela centralização política por meio da religião católica

No âmbito da transição espanhola, deu-se o início da União Dinástica, com o casamento, em 1469, de Isabel I de Castela com Fernando II de Aragão.

É importante relembrar que a pluralidade e a diversidade cultural e de interesses dos reinos cristãos eram impedimentos para se pensar na unidade nacional espanhola.

Ressalta-se, todavia, a existência de um elemento comum compartilhado entre os reinos: a religião católica. Por esta razão, os Reis Católicos extinguiram a tolerância religiosa até então existente entre católicos, judeus e muçulmanos. Instaurou-se uma instransigente e cruel intolerância religiosa e, com isso, iniciou-se a perseguição aos muçulmanos e judeus. Ser espanhol confundiu-se com ser católico. A Inquisição atuou com vigor, mantendo um verdadeiro “poder de polícia” contra hereges e inimigos da Coroa.

Particularidades da ordenação hispânica pelos Reis Católicos

Neste contexto, a ordenação hispânica pelos Reis Católicos centrou-se na aliança entre a monarquia, a nobreza fundiária e a Igreja Católica. Daí a construção de uma Espanha senhorial, aristocrática e avessa às transformações sociais.

No entanto, ainda que tradicional, agrária e aristocrática, a Espanha não se desvinculou do grande comércio. Não desistiu da competição com Portugal pelo controle do Atlântico e do comércio de especiarias com as Índias.

O ano de 1492 foi decisivo para a Espanha. O fim da reconquista, com a tomada de Granada, e a primeira viagem de Cristóvão Colombo chegando à América foram marcos significativos para aquele período histórico.

Por fim, a instalação dos Habsburgo, com a coroação de Carlos I em 1517, consolidou uma Espanha aristocrática, tradicional e arcaica. A dinastia dos Habsburgo impôs à Espanha uma enorme tarefa, porém anacrônica: a defesa da unidade espiritual da Europa, no contexto de um catolicismo ameaçado.