A Inglaterra da transição – O século XVII e os Stuart (1603-1689)

The First Thanksgiving, 1621, obra de Jean Leon Gerome Ferris, datada de 1915.
Esta pintura retrata a primeira celebração do Dia de Ação de Graças, que aconteceu no outono de 1621,
em Plymouth, por incentivo de William Bradford, governador da colônia. Foi um ato de agradecimento
às boas colheitas feitas pelos colonos naquele ano, contrapondo-se às péssimas do ano anterior
em razão de um inverno rigoroso. Curiosamente, cerca de 90 indígenas participaram
daquela confraternização.
Fonte: Wikimedia Commons. Acesso em: 09/03/2021.

Esta sequência de quadros apresenta aspectos do contexto social, político e econômico da Inglaterra do século XVII, as implicações e as circunstâncias da construção do projeto colonial inglês.

Os cercamentos e uma nova mentalidade

Entre 1525 e 1601, a população inglesa duplica, de 2 para 4 milhões de habitantes. A prosperidade da época dos Tudor está atrelada à revolução agrícola e ao progresso das manufaturas.

O processo dos cercamentos iniciado, timidamente, no fim da Idade Média, é aguçado no século XVII. O capitalismo lança-se sobre o campo, excluindo as terras comunais, imprescindíveis à sobrevivência dos camponeses. Como consequência, intensificam o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades, aliado à pobreza das massas de migrantes.

Dessas massas, sairão, em grande medida, os contingentes que buscarão na América melhores condições de sobrevivência. Estas transformações e mudanças súbitas de valores foram sintetizadas por Marx com a expressão “tudo o que é sólido se desmancha no ar” – tudo o que era sagrado é profanado…

A política no novo cenário e o projeto colonial inglês

Em razão dos Stuart tentarem governar ignorando o Parlamento, entram em colisão com uma parte da sociedade da ilha; e, em decorrência, instauram-se as revoluções inglesas do século XVII.

A Inglaterra realiza, portanto, a primeira e definitiva revolução burguesa da Europa, levando a burguesia a controlar o poder político.

Este quadro de tensões internas, explica, tanto a ausência de um projeto nacional de colonização quanto o restrito controle inglês sobre as colônias americanas.

Os colonos ingleses carregam sonsigo uma tradição cultural diversa da espanhola: uma visão de mundo mais diversificada, convivendo com mais religiões, desacompanhados do Estado e da Igreja Oficial.