O olhar de Hernán Cortés sobre a capital dos Astecas

A velha Espanha debruça-se sobre uma parte do Novo Mundo

A conquista da Hispano-América foi, na verdade, um prolongamento da reconquista da Espanha, dada por encerrada em 1492. No plano religioso-cristão, aqui o infiel foi o indígena, lá o muçulmano. No plano econômico-político, aqui estavam as fontes das riquezas materiais, lá a construção do protagonismo imperial espanhol no mundo.

Nesta linha de raciocínio, todas as instituições e mecanismos utilizados na área colonial foram simples transposições do mundo metropolitano. Nada novo foi criado. Modos de pensar, visão de mundo e ações dos homens foram igualmente transplantados.

À espera de uma recompensa real, uma graça, uma dádiva o nobre espanhol, escrevia ao rei uma carta-relatório, expondo as suas ações ao reconquistar um fragmento do território então ocupado pelo muçulmano. Na América espanhola, o conquistador fazia o mesmo, visando obter o máximo de regalias da coroa.

Um fragmento de carta-relatório de um conquistador

O documento proposto para exame é um fragmento da segunda carta-relatório do conquistador Hernán Cortés, endereçada ao Imperador Carlos V, datada de 30 de outubro de 1520.

Como se sabe, Cortés enviou cinco cartas a Carlos que foi, simultaneamente, rei da Espanha e imperador do Sacro Império.

A segunda carta traz minucioso relato das terras ocupadas nos anos de 1519 e 1520. Menciona povos e riquezas de Yucatã. Descreve com detalhes a extensa região de Culúa onde, dentre outras grandes cidades, estava a capital dos Astecas. Esta, por sua vez, foi pormenorizadamente apresentada, incluindo uma narração de ritos e cerimônias relacionadas a Montezuma, seu governante.

O roteiro de análise foi construído de tal modo que, após executá-lo, o estudante é capaz de elaborar uma síntese breve, porém, adequada não só de Temixtitlán mas também de todo o mundo asteca de então.